OS CRISTÃOS E O VINHO

INTRODUÇÃO

Face à importância do assunto e à mais que provável reação de vários setores da Cristandade, após lerem este estudo despretensioso, parece-me útil e em homenagem à verdade, fazer alguns esclarecimentos iniciais.

Por isso decidi me apresentar antes do mais.

Sou Português, advogado, com 58 anos de idade, cristão evangélico há pelo menos 12 anos, batizado na PIB em Matinhos, frequentando durante vários anos e participando de célula na Comunidade Alcance de Curitiba, atualmente em Abatiá/PR.

Como bom Português, gosto de um bom vinho, especialmente tinto, da minha região do Alentejo, em Portugal, sem desdenhar um bom Francês e até mesmo um vinho Argentino ou Chileno.

Inicialmente preocupei-me muito, com as afirmações de irmãos na fé, de que um "bom" cristão, um bom crente, come bem, mas não bebe. E constatei, que na verdade o bom crente é chegado a uma boa e quantitativa comida, e a uma geladerrima Coca Cola, sendo inclusive motivo frequente de piadas "a gulodice" do crente, sendo frequente nos eventos sociais da igreja ou fora dela a referencia, de que o crente não bebe mas come bem. E me perguntava onde se encontrava tal proibição na bíblia, que assim justificava a descriminação com relação ao bebedor, em face do comilão.

Afinal, dos ensinamentos católicos tinha retido que "a Gula" fazia parte dos pecados originais. Percorrendo pacientemente a bíblia evangélica "Almeida", que possuo desde a minha conversão, nas várias leituras que fiz do livro sagrado de genesis a apocalipse, constatei que nada havia na bíblia que condenasse o vinho, aqui tratado genericamente como referência a bebida alcoólica, antes pelo contrário, encontrei um monte de referencias agradáveis ao vinho, nenhuma proibição, e até o primeiro milagre de Jesus, na transformação da agua em vinho.

As únicas proibições que encontrei, foi à ingestão em excesso, quer de vinho mas também de comida, "a Bebedeira e a Gula", que são tratados de forma diferente por muitos cristãos, contrários ao vinho e ao seu consumo pelos crentes, sem cuidar de separar beber vinho de forma moderada, com bebedeira ou beberranice.

Chega-se ao cúmulo de se pregar a maldição para quem beba vinho, ou de justificar a ausência de bênçãos, porque o crente bebe vinho, não se permitindo ao bebedor que assuma cargos de direção na igreja, quando os que cometem ostensivamente o pecado da gula, para não falar de outros cometidos diariamente são subvalorizados, como por exemplo os pecados da língua, demonstrando claramente dois pesos e duas medidas, não autorizados pela Palavra de Deus, que inclusive nos demonstra que Deus não faz aceção de pessoas.

Por outro lado, me parece oportuno enfatizar, que o que me levou a publicitar este estudo sobre o tratamento dado ao vinho na palavra de Deus, não é a critica, nem muito menos fazer a apologia da beberranice, ou um apelo insensível ao alcoolismo, antes pelo contrário, é uma chamada de atenção serena e responsável, para que o cristão conscientemente possa tomar decisões e decidir que caminho quer, sabendo onde e como estão os limites, e onde estão os pecados que nos afastam de Jesus Cristo.

Afirmo assim enfaticamente que, bebedeira é pecado sim, e além disso é prejudicial à saúde, sem nenhuma dúvida.

Tomar vinho com parcimónia, sem exagero, sem bebedeira, NÃO, NÃO É PECADO NÃO!

Comer com glutonaria, é pecado sim, e sim, também faz mal à saúde.

Comer com parcimónia sem exagero, sem gula, NÃO, NÃO É PECADO NÃO!

Finalmente, é bom desde já, deixar também claro, que a motivação para este estudo, se centra igualmente, numa grande motivação com a VERDADE, que como Jesus nos ensinou, é essencial à vida cristã e indispensável para a nossa Salvação.

A VERDADE COMO PRINCÍPIO BIBLICO

Jesus por mais de uma vez, referencia a sua desaprovação com relação às pessoas que distorcem os ensinos da bíblia por causa de tradições humanas, e nos exorta a praticar a verdade e a obter conhecimento exato desta, para que não nos deixemos enganar.

Podemos facilmente constatar isso, em Mateus 15:9:

"Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens."

E em Marcos 7:9-13:

"E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição."

(...)

"Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas."

Os verdadeiros seguidores de Jesus devem basear suas crenças na Bíblia. Jesus disse que nossa adoração a Deus deve se basear na verdade - A verdade Bíblica.

João 4:24 e 17:17:

"Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade."

"Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade."

E Paulo falou que para nossa salvação é essencial termos "conhecimento" da verdade.

1 Timóteo 2:4:

"Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade."

Ora, é assim indene de dúvidas que, o cristão deverá viver em verdade e buscar o conhecimento profundo e exato da verdade, digo eu, porque disso poderá depender a sua salvação.

Por outro lado, fica claro que, Jesus de forma clara se insurgiu contra os preceitos dos homens que constroem doutrinas, sem qualquer relação com a bíblia, senão mesmo contrariando a própria verdade bíblica.

Por isso, procuro, neste estudo, fundamentando as convicções na Palavra que transcrevo para cada afirmação, com o intuito de fazer a verdade vir a lume, em todas as circunstâncias.

Volto a referir, que não pretendo trazer nenhum estimulo ao consumo de vinho ou qualquer outra bebida alcoólica, antes pretendo, que cada um faça um exame próprio às suas capacidades e necessidades, fraquezas e fortalezas, para decidir em consciência, saborear de vez em quando um bom vinho, sabendo que não vai descambar para a bebedeira ou alcoolismo, inclusive aconselhando quem tenha histórico de alcoolismo na família, ou se sinta incapaz de controlar sua vontade, de optar por não consumir, por prevenção.

Agora com o compromisso com a verdade bíblica é preciso demonstrar, que não há verdade bíblica alguma, naqueles que defendem a proibição sem mais, marginalizando os crentes que conscientemente, e impregnados da verdade, usufruem com deleite mas sóbria e conscientemente de um bom vinho.

Afinal, não tem sabedoria, a condenação por disposição doutrinal do homem, sem base bíblica, coertando injustificadamente, o livre arbítrio que Deus a todos concedeu.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS AO VINHO

Aqui quero de forma não exaustiva, porém profusa, para que não soçobrem dúvidas, reproduzir referências ao vinho nas escrituras, provando que não há qualquer proibição na Palavra, ao consumo de vinho, a não ser em situações especificas, (nazireus por exemplo), como ele (vinho) faz parte dos holocaustos (libações) em adoração a Deus no Antigo Testamento, bem assim como Jesus não só transformou a agua em vinho nas bodas de Canaã, como possivelmente tomou do precioso liquido.

ANTIGO TESTAMENTO

Vemos uma primeira referência Biblica ao vinho, quando Melquisedeque (considerado por muitos teólogos como uma representação de Cristo), abençoa Abrão trazendo pão e vinho. ( Genesis 4:18: )

4:18 " E Melquisedeque, Rei de Salém, trouxe pão e vinho, e este era sacerdote do Deus Altíssimo."

Ressalte-se que, além de Melquisedeque ser uma provável representação de Cristo, este é sem dúvida sacerdote do Deus Altíssimo, que vai abençoar Abraão, o nosso pai da fé, e carrega para a benção pão e VINHO (Yayin em hebraico que quer dizer vinho fermentado).

Encontramos uma segunda referência ao vinho ainda no livro de Genesis, quando Noé, o pai da vinha e do vinho, logo que saiu da arca plantou uma vinha e depois colheu e bebeu o vinho, se embebedando:

9:20 E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha.

9:21 E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda.

Realce-se que Deus estabeleceu com Noé uma aliança, lhe indicando o que podia fazer e comer e o que lhe era proibido, nada estipulando quanto ao vinho e obviamente não proibindo seu consumo.

Aliás é bem significativo, que Noé, após sair da arca da aliança, a primeira coisa que faz e plantar uma vinha, sinal de que ela e seu fruto são uma benção e não uma maldição.

Encontramos depois outra referência a cristãos bebendo vinho em Genesis, quando as filhas de Ló dão vinho a este. Genesis 19:32-37:

19.32 "Vem, demos de beber vinho a nosso pai, e deitemo-nos com ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai."

19:33 E deram de beber vinho a seu pai naquela noite; e veio a primogênita e deitou-se com seu pai, e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou.

Realce-se que se trata de vinho alcoolico, como é bom de ver.

Ainda em Genesis, quando Isaque dá a Jacó seu pai, o guisado supostamente de caça, vemos claramente, mais uma referência ao beber vinho e fermentado, sem nenhuma proibição, antes para santificação, no caso a benção de Jacó a seu filho Isaque. Genesis 27:25

27:25 "Então, disse: Faze chegar isso perto de mim, para que coma da caçada de meu filho; para que minha alma te abençoe. E chegou-lho, e comeu; trouxe-lhe também vinho, e bebeu."

E para libação no holocausto, Deus manda em Exodo, que se lhe dê a quarta parte de um HIM de vinho. Um him corresponde a 3,47 litros.

29:40 "Com um cordeiro a décima parte de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite batido, e para libação a quarta parte de um him de vinho,"

E em levítico o Sumo Sacerdote Arão tinha instruções especificas de Deus para quando entrasse na tenda não podia beber VINHO ou BEBIDA FORTE. Lógico que, quando não fosse entrar na tenda da congregação o poderia fazer, senão não teria sentido a proibição.

10:9 "Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações;"

Em números quando estipula a lei do Nazireado, fica igualmente demonstrada a liberdade para se beber vinho.

Números 6:3

6:3 "De vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá."

Repare-se que durante o nazireado, não podia o Nazireu sequer usar vinagre de vinho, nem qualquer beberagem de uvas, nem sequer uvas frescas ou secas, sinal obvio de que não era proibido apenas o vinho, "aquele maldito", demonstrando-se que não pendia nenhuma maldição especifica sobre este, senão as uvas frescas, as uvas passas e o próprio vinagre, que não embebedam, são igualmente proibidos.

Veja-se por outro lado, que após cessar o nazireado, o cristão é liberado de forma ostensiva, já podendo beber vinho e comer os demais frutos da vide (uvas frescas).

Números 6:20

6:20 "E o sacerdote os oferecerá em oferta de movimento perante o Senhor: Isto é santo para o sacerdote, juntamente com o peito da oferta de movimento, e com a espádua da oferta alçada; e depois o nazireu poderá beber vinho."

E em inúmeras referências em números, para preparação para a libação com os holocaustos da quarta/terceira parte ou metade de um him de vinho, conforme os tipos de holocaustos.

Números 15: 5; 7; 10

Números 28: 8 - 10; 14-15; 24; 31;

Números 29: 6;11;16;19;21;22;24;39;40;

15:5 "E de vinho para libação prepararás a quarta parte de um him, para holocausto, ou para sacrifício para cada cordeiro;"

28:14 "E as suas libações serão a metade de um him de vinho para um novilho, e a terça parte de um him para um carneiro, e a quarta parte de um him para um cordeiro; este é o holocausto da lua nova de cada mês, segundo os meses do ano."

Vejamos o significado de Libação, começando pela Wikipedia:

Libação é o ato de derramar água, vinho, sangue ou outros líquidos com finalidade religiosa ou ritual, em honra a um deus ou divindade. Podemos observar essa prática da libação na antiga Roma ou na antiga Grécia, quando os descendentes ofereciam aos seus deuses, que eram os familiares mortos, a libação do vinho, do leite e do mel para que estes pudessem sorver o alimento de que precisavam, ainda que debaixo da terra.

É uma prática comum em muitas religiões da antiguidade, incluindo o judaísmo, e continuam a ser oferecidas em várias culturas atuais.

"E Jacó pôs uma coluna no lugar onde falara com ele, uma coluna de pedra; e derramou sobre ela uma libação, e deitou sobre ela azeite." (Gênesis 35:14)

Significado de Libação

s.f.Ação ou efeito de libar (beber).Que se baseia na ação de aspergir ou de oferecer um líquido a uma divindade. Ação de ingerir bebidas alcoólicas, geralmente para brindar, por deleite e/ou por prazer. Essa bebida e/ou esse líquido.pl.libações.(Etm. do latim: libario.onis)

No dicionário Primberam da língua Portuguesa

li·ba·ção

substantivo feminino

1. .Ato de libar.

2. Derramamento de vinho ou de outro licor que os antigos faziam em honra dos deuses.

3. [Figurado] Arte de beber muito vinho por prazer.

Palavras relacionadas:

libar, arféria, libatório, sine Cerere et Baccho friget Venus, sorver

.


"libação", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/liba%C3%A7%C3%A3o [consultado em 02-11-2016].

Bíblia King James Atualizada


A libação, oferta derramada que a acompanha, deverá ser preparada com um litro de bebida fermentada para cada cordeiro. Esse vinho deverá ser derramado, como libação, no Lugar Santo, em veneração ao SENHOR.João Ferreira de Almeida Atualizada


A oferta de libação do mesmo será a quarta parte de um him para um cordeiro; no lugar santo oferecerás a libação de bebida forte ao Senhor.

Em Deuteronômio, vemos com clareza lapidar, mais uma autorização de Deus para o homem beber vinho:

14:25 Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus;

14:26 E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa;

Em Juizes, podemos ver também essa referencia ao vinho na parábola de jotão, dizendo que o "mosto" (sinónimo de vinho, alegra a Deus e aos homens, bem como o conselho de Deus através de um anjo, à mãe de Sansão, Nazireu de nascença, que se abstivesse de beber vinho ou bebida forte durante a gravidez.

9:13"Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores?"

13:4"Agora, pois, guarda-te de beber vinho, ou bebida forte, ou comer coisa imunda.

13:5"Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus.

Repare-se que Deus já faz saber que o vinho e/ou a bebida forte são desaconselhados à mulher, durante a gravidez, denotando ao mesmo tempo, que era habitual a mulher tomar vinho e alcoolico, senão não faria sentido a advertência.

Depois em I Samuel, o sacerdote do Senhor, Eli, pensa que Ana está embriagada quando esta se angustia por não poder ter filhos e depois quando leva de oferta ao senhor, pelo nascimento de Sansão, entre outros um odre de vinho.

1:13" Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada."

1:24 "E, havendo-o desmamado, tomou-o consigo, com três bezerros, e um efa de farinha, e um odre de vinho, e levou-o à casa do Senhor, em Siló, e era o menino ainda muito criança."

Ora se a teve por embriagada, é porque era "normal", que homem e mulher consumissem vinho com habitualidade, naturalmente vinho alcoólico. Repare-se que falamos de Eli o sacerdote e de sua esposa que seria mãe de Sansão.

Ainda em II Samuel, relata que Davi e Urias se embebedam:

11:13 "E Davi o convidou, e comeu e bebeu diante dele, e o embebedou; e à tarde saiu a deitar-se na sua cama com os servos de seu senhor; porém não desceu à sua casa."

Fica claro que Davi, bebia vinho alcoólico e sabia de suas qualidades alcoólicas.

Ainda em 2 Samuel, podemos ver não só que o vinho usado era alcoólico, mas também para alegrar o coração. 2 Samuel

13:28 " E Absalão deu ordem aos seus moços, dizendo: Tomai sentido; quando o coração de Amnon estiver alegre do vinho, e eu vos disser: feri a Amnon! (...)

Em I cronicas, levam provisões para Davi e seus homens e lá vai vinho e azeite.

Davi quando trouxe a arca da aliança, em festa distribui para todos os homens um frasco de vinho. Repare-se que a festa e a alegria de trazer de volta a arca do senhor é imensa, e que essa festa e alegria é regada com vinho distribuído a todos por Davi, a par das danças e outras manifestações de muita alegria.

12:40 "E também seus vizinhos de mais perto, até Issacar, e Zebulom, e Naftali, trouxeram, sobre jumentos, e sobre camelos, e sobre mulos, e sobre bois, pão, provisões de farinha, pastas de figos e cachos de passas, e vinho, e azeite, e bois, gado miúdo em abundância; porque havia alegria em Israel."

16:3"E repartiu a todos em Israel, tanto a homens como a mulheres, a cada um, um pão, e um bom pedaço de carne, e um frasco de vinho."

Em 2 Cronicas

29:35 E houve também holocaustos em abundância, com a gordura das ofertas pacíficas, e com as ofertas de libação para os holocaustos. Assim se restabeleceu o ministério da casa do Senhor.

31:5 E, depois que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram muitas primícias de trigo, mosto, azeite, mel, e de todo o produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância.

Da mesma forma em Esdras:

6:9 E o que for necessário, como bezerros, carneiros, e cordeiros, para holocaustos ao Deus dos céus, trigo, sal, vinho e azeite, segundo o rito dos sacerdotes que estão em Jerusalém, dê-se-lhes, de dia em dia, para que não haja falta.

7:22 Até cem talentos de prata, e até cem coros de trigo, e até cem batos de vinho, e até cem batos de azeite; e sal à vontade.

Neemias prova o vinho antes de o dar a beber ao Rei:

2:1 Sucedeu, pois, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu peguei o vinho e o dei ao rei; porém eu nunca estivera triste diante dele.

5:15 Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo, e tomaram-lhe pão e vinho e, além disso, quarenta siclos de prata, como também os seus servos dominavam sobre o povo; porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus.

E durante a construção do muro, Neemias, Governador:

5:18 E o que se preparava para cada dia era um boi e seis ovelhas escolhidas; também aves se me preparavam e, de dez em dez dias, muito vinho de todas as espécies; e nem por isso exigi o pão do governador, porquanto a servidão deste povo era grande.

Repare-se que se trata da reconstrução dos muros da cidade de Jerusalém, ordenada por Deus a Neemias. A reconstrução sagrada dos muros, não poderia estar ligada ao vinho, se este fosse demonizado como fazem alguns hoje em dia.

De igual forma, Deus através de Ester, promove a salvação e libertação do povo Judeu, utilizando esta, para amaciar e alegrar o coração do rei, o vinho, promovendo inclusive um banquete de vinho:

1:7 E dava-se de beber em copos de ouro, e os copos eram diferentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo a generosidade do rei.

1:8 E o beber era por lei, sem constrangimento; porque assim tinha ordenado o rei expressamente a todos os oficiais da sua casa, que fizessem conforme a vontade de cada um.

1:10 E ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e Carcas, os sete camareiros que serviam na presença do rei Assuero,

5:6 Disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua petição? E ser-te-á concedida, e qual é o teu desejo? E se fará, ainda até metade do reino.

7:1Vindo, pois, o rei com Hamã, para beber com a rainha Ester,

7:2 Disse outra vez o rei a Ester, no segundo dia, no banquete do vinho: Qual é a tua petição, rainha Ester? E se te dará. E qual é o teu desejo? Até metade do reino, se te dará.

Ressalte-se que se trata de vinho alcoolizado (fermentado), estando o coração do Rei alegre do vinho.

Da mesma forma em jo:

1:13 E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogênito,

Em Salmos uma ode ao vinho azeite e pão:

104:15 E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração do homem.

Em provérbios alertando para os efeitos perniciosos que o vinho pode ter:

20:1 O vinho é escarnecedor, a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio.

Ressalte-se que o alerta como o próprio versículo adianta, aquele que errar no vinho e bebida forte, ou seja o que beber em demasiado, saiba que o vinho é escarnecedor e a bebida forte alvoroçadora.

21:17 O que ama os prazeres padecerá necessidade; o que ama o vinho e o azeite nunca enriquecerá.

Repare-se também aqui o alerta para aquele que amar demais o vinho nunca enriquecerá. O engraçado é que coloca o azeite no mesmo patamar, e pior o que ama os prazeres, sejam eles quais foram padecerá necessidade.

23:20 Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne.

Aqui uma clara alusão e proibição à bebedeira, mas também à gula. Ressalte-se-se que beberrão, ou bebedeira, não é a mesma coisa do que beber moderadamente.

23:21 Porque o beberrão e o comilão acabarão na pobreza; e a sonolência os faz vestir-se de trapos.

Veja que beberrão e comilão estão exatamente no mesmo patamar, os que abusam cometem pecado, e passarão necessidade, pois acabarão na pobreza, demonstrando também de forma clara que o que se diz do crente que não bebe mas come demais, não tem nada de bíblico, seja contra a condenação da bebida moderadamente ingerida, seja em relação à permissividade da glutonaria.

23:31Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente.

Aqui, ao contrário do que muitos crentes dizem, a pretensão é de alerta ao bebedor, mesmo moderado, quando vir o vinho vermelho, resplandecente e que se escoa facilmente, porque está gostoso demais e pode levar à bebedeira, essa sim proibida porque pecaminosa.

Por outro lado, vemos ainda em provérbios um alerta aos reis, para não se deixarem ir nos deleites do vinho, ou seja, para não se embebedarem, porque isso poderá obscurecer seu raciocínio, e exorta-os a darem antes o vinho aos pobres para que se esqueçam de sua própria pobreza.

31:4 Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes o desejar bebida forte;

31:5 Para que bebendo, se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos.

31:6 Dai bebida forte ao que está prestes a perecer, e o vinho aos amargurados de espírito.

31:7 Que beba, e esqueça da sua pobreza, e da sua miséria não se lembre mais.

Apesar do conselho aos reis para que não bebam, a fim de não perverterem o direito de todos os aflitos, vemos que o que está prestes a perecer e os amargurados de espirito, bem assim como aos pobres, o vinho dá consolo.

Seguindo o nosso percurso bíblico, vemos depois em Eclesiastes, o vinho como uma espécie de recompensa divina, pelas boas obras:

9:7 Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe com coração contente o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras.

10:19 Para rir se fazem banquetes, e o vinho produz alegria, e por tudo o dinheiro responde.

Me perdoem os irmãos que pensam de forma diversa, mas não consigo ver nenhuma espécie de demonização do vinho, como pretendem, nem qualquer proibição, ao invés, vejo como permissão divina, a sua ingestão com moderação.

Em Cantares de Salomão, comprovamos mais uma vez a liberação do vinho, bebido com moderação, comparando-o com o amor de Deus, afirmando que melhor é o amor do que o vinho:

1:2 Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho.

1:4 Leva-me tu; correremos após ti. O rei me introduziu nas suas câmaras; em ti nos regozijaremos e nos alegraremos; do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho; os retos te amam.

5:1 Já entrei no meu jardim, minha irmã, minha esposa; colhi a minha mirra com a minha especiaria, comi o meu favo com o meu mel, bebi o meu vinho com o meu leite; comei, amigos, bebei abundantemente, ó amados.

7:9E a tua boca como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente, e faz com que falem os lábios dos que dormem.

Onde está a proibição? Repare-se ademais que se trata de vinho alcoólico, pois faz com que falem os lábios dos que dormem, ou como diz o ditado popular "Dá fala aos adormecidos".

Mas vamos adiante e veremos em Isaías, o que realmente Deus nos proíbe em relação ao vinho:

5:11 Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice; e continuam até à noite, até que o vinho os esquente!

Fica, creio, bem evidente que é a bebedice desenfreada que Deus abomina, os que se levantam pela manhã já na bebedice e continuam até à noite.

5:22 Ai dos que são poderosos para beber vinho, e homens de poder para misturar bebida forte;

No entanto Isaías também nos indica que o vinho estará presente na festa que Deus nos dará.

25:6E o Senhor dos Exércitos dará neste monte a todos os povos uma festa com animais gordos, uma festa de vinhos velhos, com tutanos gordos, e com vinhos velhos, bem purificados.

Repare-se que se trata de vinhos velhos, não vinhos novos que alguns associam a suco de uva. Não há pois, lugar a dúvidas, trata-se de vinho alcoólico que abrilhantará a festa com que Deus nos rececionará no dia da Ressurreição, como também Jesus confirma como veremos no Novo Testamento.

27:2 Naquele dia haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe.

Entretanto Isaías também adverte, sobretudo em relação à bebida forte:

28:7 Mas também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; andam errados na visão e tropeçam no juízo.

Portanto cuidado, apesar de não haver proibição expressa, o abuso é claramente pecaminoso, mesmo do vinho, mas sobretudo da bebida forte.

Depois em Jeremias, podemos apreciar uma censura aos filhos de Jonadabe que ouviram o conselho de seu pai para não beberem vinho, mas não ouviram a Deus, numa clara alusão que o ouvir a palavra de Deus é bem mais importante que a proibição de vinho. Por isso, antes Deus, diz a Jeremias para dar de beber vinho aos recabitas, comprovando assim que estes guardam a proibição do Pai, mas não ouvem a Deus:

35:2 Vai à casa dos recabitas, e fala com eles, e leva-os à casa do Senhor, a uma das câmaras e dá-lhes vinho a beber.

35:5 E pus diante dos filhos da casa dos recabitas taças cheias de vinho, e copos, e disse-lhes: Bebei vinho.

35:6 Porém eles disseram: Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou, dizendo: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos;

35:8 Obedecemos, pois, à voz de Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo quanto nos ordenou; de maneira que não bebemos vinho em todos os nossos dias, nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas;

35:14 As palavras de Jonadabe, filho de Recabe, que ordenou a seus filhos que não bebessem vinho, foram guardadas; pois não beberam até este dia, antes obedeceram o mandamento de seu pai; a mim, porém, que vos tenho falado, madrugando e falando, não me ouvistes.

Depois vemos em Jeremias que o Rei da Babilónia deixou que os judeus colhessem os frutos das terras tomadas, e que colheram vinho com muita abundância:

40:12 Então voltaram todos os judeus de todos os lugares, para onde foram lançados, e vieram à terra de Judá, a Gedalias, a Mizpá; e recolheram vinho e frutas do verão com muita abundância.

Vemos depois em Oseias que Deus afirma por causa da rebeldia dos Judeus que, nem os holocaustos nem as libações de vinho agradarão ao senhor:

9:4 Não derramarão libações de vinho ao Senhor, nem lhe agradarão as suas ofertas. Os seus sacrifícios lhes serão como pão de pranteadores; todos os que dele comerem serão imundos, porque o seu pão será somente para si mesmos; não entrará na casa do Senhor.

A seguir em Amós, Deus dizendo com todas as letras:

9:14 E trarei do cativeiro meu povo Israel, e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto.

Vejamos agora, as referências ao vinho, contidas no Novo Testamento.

Novo Testamento

Vamos de igual forma, nesta fase do nosso estudo, apresentar os textos bíblicos alusivos ao vinho, com breves comentários, deixando que o leitor tire as suas próprias conclusões.

Posteriormente e com base na verdade bíblica exposta, faremos eco da nossa posição tentando ser, o mais claro e isento possível.

A primeira referência, que assume particular importância, encontramo-la em Mateus:

9:17 Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás, rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.

11:18 Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio.

11:19 Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.

Aqui abstraindo da acusação dos fariseus, logicamente exagerada e não verdadeira, que qualificam Jesus como comilão e beberrão que obviamente não foi, não há como olvidar que as escrituras afirmam que VEIO O FILHO DO HOMEM, COMENDO E BEBENDO.

E aqui há uma afirmação inescusável. Jesus comia e bebia, conforme afirma a Palavra de Deus em Mateus. Comia e bebia com moderação como lhe era peculiar em tudo.

Por obvio inexiste aqui qualquer tese desabonadora da índole sagrada de Jesus.

Não foi por beber vinho e comer carne, que houve qualquer alteração no comportamento irrepreensível e sagrado de Jesus.

Em Marcos encontramos uma segunda referência:

2:22 E ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte, o vinho novo rompe os odres e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; o vinho novo deve ser deitado em odres novos.

Ressalte-se que tal ensinamento, se fundamenta exatamente na fermentação do vinho, que entra em ebulição, e por isso se deitado em odres velhos, sem capacidade de absorção das reações químicas violentas da fermentação, romper-se-ão. Nenhuma dúvida de que se trata de vinho fermentado, alcoólico portanto.

E uma declaração de Jesus que também não dá lugar a dúvidas:

14:25 Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da vide, até àquele dia em que o beber, novo, no reino de Deus.

Refutando aqui de forma breve, a afirmação de muitos de que o vinho do milagre e/ou aquele bebido por Jesus não era vinho fermentado, alcoólico, mas sim suco de uva, com o fato de que, pelo ensinamento transmitido em Marcos, Jesus sabia perfeitamente do poder alcoólico do vinho, o que não o inibiu de o beber, naturalmente com moderação, nada retirando, assim, à santidade de Jesus, jamais posta em causa, a não ser pelos Fariseus como vimos acima.

Não é por Ele ser santo que não bebeu vinho, é por Ele ser Santo que bebeu vinho, com MODERAÇÃO, dominando perfeitamente sua vontade, não comprometendo assim sua santidade, porque jamais exagerou.

O que determina e compromete nossa santidade, é a nossa capacidade de dizer basta, de dominar o nosso eu carnal, não a proibição pura e simples de beber vinho, ou outra coisa qualquer, porque podemos fazê-lo sem comprometer nossa santidade, bastando para tanto, apenas usar do poder que nos foi conferido por Deus, de fazer prevalecer nossa vontade, de usar convenientemente o livre arbítrio com que Ele nos aparelhou.

Depois em Lucas, referenciando o nascimento de João Batista, Nazireu de nascença, é confirmada a afirmação bíblica que Jesus comeu e bebeu vinho:

1:15 Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe.

7:34 Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e pecadores.

Há também a preocupação de alertar para que a glutonaria e a embriaguez não encham nossos corações. Vale lembrar mais uma vez que beber vinho moderadamente como fez Jesus, não carrega em si nenhum pecado nem muito menos qualquer maldição, apenas é preciso cuidado para não cairmos quer em glutonaria quer em embriaguez, onde, aí sim o pecado está presente.

21:34 E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.

Da mesma forma se reforça em Marcos a certeza que, Jesus bebeu vinho aqui na terra, e que voltará a beber quando nos receber no Reino de Deus.

22:18 Porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus.

De outro lado ainda em Lucas poderemos ver o vinho como remédio, portanto uma bebida recomendável e não amaldiçoada:

10:34 E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;

Vemos depois em João o primeiro milagre de Jesus, a transformação de água em vinho nas bodas de canaã:

2:7 Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.

2:8 E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram.

2:9 E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo,

2:10 E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.

2:11 Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.

Em Romanos, podemos constatar um outro ensinamento bíblico relacionado ao vinho, não a proibição da sua ingestão moderada, mas um alerta para o seu abuso, como temos vindo a realçar:

13:13 Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja.

Em I Coríntios, vemos com clareza, que os cristãos, na celebração da ceia do Senhor, bebiam vinho, de tal forma que Paulo critica os irmãos que "aproveitam" a ceia para comer e beber desmesuradamente, embriagando-se uns, enquanto outros ficam sem comida e bebida.

11:21 Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se.

11:22 Não tendes porventura casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.

Repare-se que a referência à embriaguez salta à vista, "enquanto um tem fome outro embriaga-se". Temos aqui sim vinho fermentado, alcoólico, e não suco (sumo) de uva, como alguns pretendem. Ressalte-se ainda que a reprimenda do apostolo Paulo se refere à santa Ceia, "enquanto uns se embriagam outros tem fome..." Na Santa Ceia usava-se portanto vinho fermentado, alcoólico, não suco de uva como alguns pretendem. Repare-se que não há nenhuma hipótese do vinho usado ser suco, porquanto a palavra empregue é "embriagam-se".

Finalmente, encontramos também em Timóteo outra referencia às propriedades curativas do vinho, recomendando a sua ingestão:

5:23 Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades.

Termino estas referências ao texto bíblico, com um ensinamento inestimável através de Mateus:

15:11 O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem.

15:17 Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre, e é lançado fora?

15:18 Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem.

15:19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.

RESPONDENDO AS PERGUNTAS, QUE TANTO ME AFLIGIRAM NO INÍCIO DO MEU PERCURSO COM DEUS, E QUE PODERÃO ESTAR AFLORANDO NA BOCA DE MUITOS IRMÃOS.

A BIBLIA PROIBE O CRENTE DE BEBER VINHO?

AS REFERENCIAS BIBLICAS A VINHO SÃO A SUCO?

NAS BODAS DE CANAÃ O VINHO ERA FERMENTADO?

O VINHO DA SANTA CEIA ERA FERMENTADO?

Começarei por citar a própria bíblia, para demonstrar como formei minha opinião, e que a chave da questão em apreço, SE ACHA NA PRÓPRIA BÍBLIA.

Vejamos provérbios, onde exala toda a sabedoria de Deus através de seu servo Salomão:

25:28 Como a cidade derrubada, sem muro, assim é o homem que não pode conter o seu espírito.

Respondendo à primeira pergunta, AFIRMO CATEGORICAMENTE COM RESPEITO E TEMOR À VERDADE BIBLICA, NA QUAL CREIO, NÃO, NEM BIBLIA NEM DEUS PROIBEM O HOMEM DE BEBER VINHO.

Afirmo ainda que Deus e Jesus gostam de vinho, Deus porque o admitia nos holocaustos de animais em sua adoração, através das libações, sendo que o cheiro exalado pelo vinho aspergido no altar dos holocaustos, lhe era agradável, e Jesus porque o bebeu, e nos assegura que no dia da ressurreição o tomará connosco já no reino de Deus.

Como deixei exaustivamente demonstrado, com as amplas referencias bíblicas, que fiz questão de transcrever com profusão, que não há qualquer proibição de Deus quanto ao consumo moderado de vinho, ou outra bebida alcoólica.

O segredo, se posso usar esta palavra, reside no desejo de Deus, expresso amplamente, de que consigamos ter o domínio sobre a nossa própria carne corruptível, por forma a que não cometamos qualquer pecado. Isso mesmo qualquer pecado, não apenas o da bebedeira, ou da glutonaria, mas qualquer pecado.

Deus quer que sejamos capazes de vencer nossa própria carne, nossos desejos, nossos vícios, nossa índole prevaricadora.

AS REFERENCIAS BIBLICAS A VINHO SÃO A SUCO?

Abordarei agora a resposta à segunda pergunta, de forma abrangente, tentando de forma despretensiosa, porém empenhada, sincera e tentando com verdade exprimir o que considero, a verdade expressa na bíblia, sem subterfúgios que podem ser perigosos e nos afastam do compromisso com a verdade a que estamos obrigados, e fomos expressamente advertidos por Deus.

Devemos como cristãos, manter em qualquer circunstância compromisso inabalável com a verdade bíblica, sem meias verdades, nem interpretações forçadas, ou distorcidas para fundamentar a doutrina que defendemos.

Registro mais uma vez, que não pretendo confrontar ou desacreditar doutrinas de irmãos, que verdadeiramente acreditam no que pregam e escrevem, mas tão só chamar a atenção, para algumas considerações em que baseiam suas crenças, não se encontram nas Sagradas Escrituras, e correspondem a interpretações humanas, quiçá descompromissadas com a verdade, inobstante imbuídas das melhores intenções, tentando afastar seus irmãos do pecado, que acreditam possa estar associado ao álcool, porém descurando um importante axioma, o do compromisso com a verdade e do livre arbítrio.

Terei naturalmente que confrontar algumas doutrinas, largamente difundidas, procurando escorar suas afirmações acerca da proibição bíblica do vinho fermentado, e outras de que as referencias bíblicas ao vinho, na verdade se referem a suco de uvas frescas.

Dividirei aqui também, para facilitar, entre Antigo Testamento e Novo Testamento, não sem antes fazer, uma referência genérica que desde logo, liquida a questão, em minha opinião.

Ressalte-se de imediato, que como sabem todos os cristãos, independentemente de suas denominações de origem, que a Bíblia, é o único livro que condensa uma infinidade de autores e de épocas, sob uma coerência e concordância impressionantes. E isso porque ela Biblia foi influenciada/inspirada pelo próprio Deus.

Ora isto quer dizer, como parece obvio, que essa coerência e concordância se estende entre os diversos livros e capítulos, do Antigo e Novo Testamento, afirmando-se inclusive em nosso meio, com verdade, que o Novo Testamento complementa, esclarece e cumpre o Antigo Testamento, não havendo o menor desfasamento entre um e outro, antes complementação coerente.

De outro lado, pelas regras da hermenêutica e da exegese aplicáveis ao estudo bíblico, impossível, retirar conclusões que não estejam em concordância com a maioria das afirmações nela contidas, dando-lhe um significado antagónico fundamentado em claras exceções.

Queremos com isto, afirmar que não é possível, quando a Biblia atribui na maioria esmagadora das referências ao vinho, seja no Antigo seja no Novo Testamento, a qualidade de alegrar e/ou intoxicar o homem, manifestamente afirmando o seu conteúdo alcoólico, dizer que o vinho bíblico é mero suco de uva.

Que concordância, teríamos entre os diversos livros e capítulos, entre o Antigo e Novo Testamento, quando como provámos a generalidade das referencias bíblicas referem o vinho como alcoólico, e a afirmação de que o vinho bíblico é mero suco de uva.

Com que coerência defendem que o vinho é maldito, pecaminosos e proíbem sua ingestão, se afinal se trata de mero suco de uva?

Ou pior, quando defendem quando convém, que o vinho, porque supostamente condenada a sua ingestão na Biblia, é fermentado, e nas outras referencias é suco de uva, designadamente quando se fala em ultima ceia e bodas de canaã, qual a coerência, e que concordância existe?

Não será que, estão os defensores desta conclusão, debaixo da sua "santidade", demonstrando ao inverso, que afinal não há qualquer concordância, muito menos cumprimento do Novo em relação ao Antigo Testamento, negando desta forma a verdade bíblica que pretendem defender? Não será herética esta discordância que insistem existir nas Escrituras, para fundamentar suas crenças? Crenças de homens afinal!

Se sistematicamente a referencia bíblica a vinho, nos informa do seu poder alcoólico, em variadissimas passagens, referindo-se a homens de fé importantes na Biblia, como Noé, Jó, Davi e outros que, inclusive se embebedaram com ele, e as advertências sobre as consequências naqueles que dele abusarem, como vamos entender, como querem alguns, que o vinho não era vinho mas mero suco de uva? Ou será que as advertências bíblicas e as alusões ao poder inebriante do vinho são falsas?

Me parece, estarmos claramente numa tentativa de adulteração da Palavra de Deus, via interpretação incorreta, que esquece todas as regras da hermenêutica e da exegese, para apresentar conclusões que, se não ajustam aos fatos descritos na Biblia, em profusão esmagadora.

Assim, desde logo parece indefensável a tese de que se tratava de suco de uva, o que é designado como vinho na maioria das traduções, ao argumento de que a palavra Grega para vinho "OINOS", poderia significar, quer vinho fermentado quer vinho não fermentado, ou seja suco.

Ressalte-se antes do mais, que suco de uva, com percentagem mínima de álcool, ainda assim não completamente isento (o suco de uva atual com toda a tecnologia moderna tem entre 0,5/1% de álcool), só foi possível após as descobertas cientificas de Louis Pasteur no seculo XIX, o que nos faz pensar com algum ceticismo num suco de uva existente alguns milénios antes de Cristo, e mesmo na época contemporânea a Ele.

Se hoje, mesmo com a pasteurização, que é a técnica cientifica capaz de impedir a fermentação vínica das uvas, mantendo o seu gosto e açucares, ainda assim detém uma percentagem de álcool, ainda que ínfima, como poderemos defender que há centenas, mesmo milhares de anos atras, fosse possível produzir suco de uva, ou vinho não fermentado, sem qualquer percentagem de álcool?

Vamos analisar então, se na linguística usada quer no Antigo quer no Novo Testamento, os defensores da ideia do suco, têm alguma razão.

Vejamos em primeiro lugar, as palavras hebraicas empregues no Antigo Testamento e sua significação, e posteriormente as palavras Gregas do Novo Testamento.

Vejamos desde logo que a língua hebraica usa dois termos distintos para vinho fermentado (YAYIN) e para suco, não fermentado portanto (TIROSH).

NO ANTIGO TESTAMENTO

O vocábulo hebraico "yayin" corresponde à palavra portuguesa "vinho" e sua primeira ocorrência está em Gênesis, como já documentámos:

"E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. E bebeu Noé do vinho (hebr. yayin), e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda." (Gênesis 9.20, 21).

O termo yayin é palavra habitual para uva fermentada:

"Esta é a palavra hebraica habitual para se referir à uva fermentada. É, em geral, traduzida por "vinho". Tal "vinho" era bebido comumente como refresco: E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho" (Gn 14.18; cf. Gn 27.25)."

(Vine, W. E.; F. Unger, Merril; White Jr., William. Dicionário Vine - O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, pág. 325, 2ª Edição/2003. Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil). - O destaque é meu.

Fica claro, pois, que o vinho ou uva fermentada se preferirem, era bebido como "refresco", conforme nos ensina o dicionário Vine, foi esse o tipo de vinho que Melquisedeque - tipo de Cristo - trouxe para Abraão quando este veio da batalha, vinho fermentado.

Ainda segundo o mesmo dicionário:

"O "vinho" era usado para dar alegria, para fazer a pessoa se sentir bem sem ficar intoxicada (2 Sm 13.28). Segundo, o "vinho" era usado na alegria perante o Senhor. Uma vez por ano todo o Israel tinha de se reunir em Jerusalém. O dinheiro percebido pela venda do dízimo de toda a colheita seria gasto "por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR, teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa" (Dt 14.26). (...) O termo yayin descreve claramente uma bebida intoxicante"

(Vine, W. E.; F. Unger, Merril; White Jr., William. Dicionário Vine - O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, pág. 326, 2ª Edição/2003. Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil).

Por outro lado, o vocábulo hebraico usado para expressar suco espremido da uva - eventualmente não fermentado é tîrosh, um termo completamente distinto de yayin:

"Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto (hebr. tîrosh)." (Gênesis 27.28).

Fica evidente a diferenciação entre yayin e tîrosh:

"A palavra tîrosh é distinta de yayin no que se refere apenas ao vinho novo não completamente fermentado (mosto)."

(Vine, W. E.; F. Unger, Merril; White Jr., William. Dicionário Vine - O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, pág. 326, 2ª Edição/2003. Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil). Destaque meu.

Embora seja dito que, "tîrosh" (mosto, ou vinho novo), não seja vinho completamente fermentado, tal afirmação não quer dizer que seja suco de uva, completamente isento de álcool.

Ao contrário é completamente afirmado o contrário em Oséias 4.11, onde se vê com toda a clareza, que este "tiros" significando mosto, ou vinho novo, é claramente uma bebida embriagante:

"A incontinência, e o vinho (hebr. yayin), e o mosto (hebr. tîrosh) tiram a inteligência". (Oséias 4.11)

A Sagrada Escritura coloca no mesmo patamar, a incontinência sexual, o vinho fermentado e o mosto (suco não fermentado), tiram a inteligência, se afirmando que não há qualquer diferença entre vinho e suco, se demonstrando mesmo que o chamado suco, embebeda.

Isso mesmo, até o chamado Tirosh, traduzido por mosto ou vinho novo, querendo demonstrar suco não fermentado, É ENEBRIANTE:

Não por acaso, em números, quando Deus dá a Lei do Nazireado, se proíbe não só a ingestão de vinho fermentado, como o próprio vinagre de vinho, uvas fresca e secas, bem assim como qualquer beberagem de uvas, aí se enquadrando por obvio o mosto, ou vinho novo ou suco de uva.

6:3 "De vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá."

NO NOVO TESTAMENTO

No Novo Testamento, o vocábulo Grego "OINOS" traduzido para vinho, é referenciado mais de 30 vezes, e sua primeira ocorrência acontece em Mateus:

9:17 Nem se deita vinho (gr. oinos) novo (gr. neós) em odres velhos; aliás, rompem-se os odres, e entorna-se o vinho (gr. oinos), e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.

Afirmam alguns estudiosos que a palavra grega OINOS para vinho pode significar quer vinho fermentado, quer suco de uva - vinho não fermentado.

Referem outros estudiosos que a palavra grega oinos só pode significar vinho não fermentado, quando indicada nas Escrituras acompanhado do adjetivo "novo" (Gr. neós).

"O grego oinos também se refere a suco fermentado, salvo quando é acompanhado do adjetivo novo; mesmo assim, não se pode dizer que haja dois vinhos, um fermentado e outro não. O mosto chama-se vinho novo, e só se torna vinho por meio da fermentação."

(D. Davis, John - Dicionário da Bíblia, págs. 618, 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica do Brasil, JUERP).

Ressalte-se que a opinião abalizada de John Davis, enfatiza que não se pode afirmar, mesmo usando o adjetivo novo junto com vinho, que haja dois vinhos, porquanto o mosto a que também se chama vinho novo, só se torna vinho por intermédio da fermentação.

Isto é, porque chamariam vinho, mesmo com o adjetivo novo, para significar vinho que só se chama assim após fermentação, tendo outra palavra do léxico grego usada precisamente para suco (gr. zomós).

De qualquer maneira, ressalte-se que na passagem bíblica acima "nem se deita vinho novo em odres velhos, aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho...", já significa que vinho novo se refere a vinho fermentado ou em fermentação, de outra forma não se romperiam os odres pela força da reação química da fermentação.

Isto é, mesmo que a palavra Grega "Oinos" possa significar tanto vinho, como mosto ou vinho novo, em qualquer das traduções o vinho é Fermentado, alcoolico, em maior ou menor grau.

Não há qualquer suporte para dizer que "oinos" significa suco de uva, nem mesmo quando se refere a vinho novo, porquanto neste já se iniciou, ou está em pleno processo a fermentação.

O Novo Dicionário da Bíblia, Editor organizador J. D. Douglas, páginas 1664-5:

"O termo 'vinho novo' não indica vinho que ainda não fermentou, pois de fato o processo de fermentação tem início quase imediatamente e é rápido, e o vinho não-fermentado não poderia ser disponível muitos meses depois da colheita da uva (Atos 2:13). O vocábulo representa antes vinho preparado dos primeiros sucos que escorrem antes de o lagar ser pisado. Assim sendo, seria particularmente potente, e seria imediatamente lembrado como uma possível explicação para aquilo que no dia de pentecostes parecia ser um estado de embriaguez. Os costumes modernos na palestina, entre um povo que é tradicionalmente conservador no que se tange às festividades religiosas, igualmente sugerem que o vinho usado era vinho fermentado."

O Dicionário da NVI, página 1019, diz sobre o vinho novo:

"É suco recém-espremido da uva. Contém menos sabor e menos teor alcoólico por ser breve o seu processo de envelhecimento."

Resumindo, a palavra grega "OINOS" usada no Novo Testamento, traduz-se por:

a) vinho: tradução comum.

b) vinho novo: nos relatos paralelos de Mateus 9:17, Marcos 2:22 e Lucas 5:37

SERÁ QUE "VINHO NOVO" SIGNIFICA SUCO DE UVA NÃO-FERMENTADO?

"E ninguém põe vinho novo (oinos) em odres velhos; do contrário, o vinho novo (oinos) rompe os odres, e entorna-se o vinho (oinos), e os odres estragam-se; o vinho novo (oinos) deve ser posto em odres novos." - Marcos 2:22.

Detalhe: Embora apareça quatro vezes, oinos foi traduzida 1 vez por vinho e 3 vezes por vinho novo.

Segundo Jesus, oinos, isto é, o "vinho novo", não se tratava de um estático suco de uva não-alcoólico posto que "o vinho novo rompe odres.

Onde refere-se a vinho no início da fermentação?

Exemplo: Marcos 2:22, ao dizer "põe vinho novo em odres".

Onde refere-se a vinho fermentando?

Exemplo: Marcos 2:22, ao dizer que "o vinho novo rompe os odres".

Onde refere-se a vinho fermentado?

Exemplos: Lucas 1:15 ; Apocalipse 17:2

Antes de adentramos no estudo referente às bodas de Canaã e da ceia do Senhor, vejamos, o que nos diz o Novo Testamento acerca de Jesus ter bebido vinho.

Mateus 11.18, 19 "Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio. Veio o filho do homem comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada pelos seus filhos."

Ressalte-se que o fato quanto a mim, de que Jesus bebeu sim vinho fermentado, isso lhe não retira nem belisca minimamente a Sua santidade. Não é o fato de ter bebido vinho como vimos profusamente atrás, que o torna menos santificado.

O que confirma perfeitamente a santidade de Jesus, é o ter regido seu comportamento perante o vinho, com moderação resultando que não se embriagava, denotando um comportamento exemplar, justificado pela sabedoria.

As acusações proferidas pelos líderes religiosos contra Jesus de que era "beberrão" (ébrio), não passavam de calúnias, para denegrir a sua imagem, esses sim pretendendo retira-lhe a santidade que lhe era inerente e a qual sempre manteve incólome.

BODAS DE CANAÃ

Acerca desta passagem Bíblica, completamente distorcida por inúmeros teólogos, para justificar a sua preferencia religiosa, de que não poderia Jesus transformar água em vinho, pois isso estaria estimulando os convidados à bebedice, o que não se coadunaria com a santidade de Jesus.

Dizem assim que o vinho servido não era fermentado. Lembremos do que demonstramos acima, que só podemos traduzir para vinho não fermentado, com as reservas também feitas acima, se o vocábulo vinho vier acompanhado do adjetivo novo, caso contrário o vocábulo vinho isolado, só pode significar vinho fermentado - alcoolico.

Relembremos também que mesmo acompanhado do adjetivo novo, não significa de forma nenhuma, suco de uva, mas tão só que o estagio de fermentação do vinho se iniciou, o que provoca um sabor menos bom e um teor alcoolico menor.

O vocábulo vinho (gr. oinos; hebr. yayin) usado na passagem, não está acompanhado do adjetivo "novo" (gr. neós) para indicar que sua fermentação estava apenas iniciando, vejamos:

João 2.9, 10

"E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (Gr. oinos) (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado água), chamou o mestre-sala ao esposo, e disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho (gr. oinos) bom e, quando já têm bebido bem (gr. methysthõsin = estiverem bêbados), então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho." (Gr. oinos = vinho fermentado).

O texto não se refere a vinho novo ou suco, pois o vinho bom, o melhor, sempre foi considerado o velho, Jesus mesmo o considera como melhor:

Lucas 5.39

"E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor (gr. chrêstos = bom) é o velho".

Portanto, Jesus transformou a água no melhor vinho - o velho -- oferecido pelo esposo dono da festa.

A expressão dita pelo mestre-sala "bebido bem," no texto Grego Original é "methysthõsin," significando "estiverem embriagados", não se tratando do inofensivo suco; e não foi em simples "suco" que a água foi transformada, pois tal contrariaria o texto que é taxativo em apontar bebida alcoólica que "embriaga" quando usada de maneira imoderada.

Confirmamos pela fala do mestre sala, que o vinho (gr. oinos) antes oferecido pelo noivo era fermentado, embriagante.

De que forma iria Jesus no casamento, possivelmente de familiares, dado o empenho de sua mãe e Dele e seus apóstolos terem sido convidados, prestigiar os noivos, para isso sua mãe O pressionou, transformando a agua em suco e não em vinho alcoolico que estavam bebendo?

Mas mais, como o mestre sala faria tão rasgado elogio ao bom vinho (velho) se se tratasse de suco e não de vinho que ele estava servindo aos convivas desde o início do casamento?

De outro lado, o costume entre os judeus, é que o noivo deve estar e permanecer em jejum no dia do seu casamento para não se embriagar com seus amigos convidados:

"Em certas comunidades, o noivo e a noiva jejuam no dia do casamento, enquanto em outras só o noivo segue este costume. Alguns judeus crêem que, se não fosse obrigado a jejuar, o noivo poderia se reunir com seus amigos na celebração pré-nupcial e se embriagar, o que o deixaria em más condições para efetuar as formalidades legais envolvidas na cerimônia de casamento. Não se exige que a noiva jejue pois é considerado pouco provável que os amigos da noiva consumam ou a induzam a consumir bebidas alcoólicas."

(J. Kolatch Alfred. Livro Judaico dos Porquês, pág. 37, 3ª Edição: março de 2001, Editora e Livraria Sêfer Ltda, São Paulo, SP, Brasil).

O costume do casamento entre os judeus é que há exceção para a noiva - em certas comunidades judaicas - pois é "pouco provável" que seus amigos a induzam a consumir bebidas alcoólicas.

Assim do ponto de vista linguístico nada contribui, antes pelo contrário, para demonstrar que a palavra grega usada de forma isolada para significar vinho, pudesse significar suco.

Do ponto de vista histórico, o costume é da realização da festa de casamento com bebidas alcoolicas, impondo-se jejum ao noivo para precaver a hipótese deste se embriagar, e não ficar em condições de realizar as formalidades legais a que está obrigado.

A CEIA DO SENHOR

Também aqui a controvérsia é patente, pois alguns de nossos teólogos defendem que não pode a Ceia do Senhor, ter sido regada com vinho, e que a expressão usada no texto bíblico, fruto da videira, se refere a suco de uva.


Defendemos que a expressão "fruto da vide" mencionado na Ceia do Senhor, de forma nenhuma significa "suco de uva", ou algo não fermentado.

O texto bíblico original, assim refere:


(Mateus 26.29) "E digo-vos, que desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai." Qual o significado judaico e grego da expressão "fruto da vide"? Assim ensina John Davis:

"Fruto da vide, frase falada por Jesus por ocasião de instituir a Santa Ceia, Mt 26. 29; é expressão usada pelos judeus, desde tempos imemoriais, para designar o vinho que tomavam em ocasiões solenes, tais como, pela festa da Páscoa e na tarde do sábado (Mishna, Berakoth, 6. 1). Os gregos também empregavam a mesma frase, como sinônimo de vinho capaz de embriagar, Heród. 1. 211, 212."

(D. Davis, John - Dicionário da Bíblia, pág. 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica do Brasil, JUERP).


Até hoje, segundo o costume, os judeus festejam a "Páscoa" (hebr. Pêssach) com vinho alcoólico:"Como pessoas livres e importantes bebem vinhos bons de qualidade, deve-se procurar, para o Sêder, um vinho forte que contenha álcool e que, de preferência, não seja fervido. Como segunda opção, pode-se usar vinho fervido. Alguém que tem medo de tomar vinho, pois pode ficar tonto e não aguentar o Sêder até o final, é melhor que tome um vinho mais fraco. É mais importante participar do Sêder até o final do que beber um vinho forte. Uma opção é misturar vinho com suco de uva."

(Koschland, Meir. Meafelá Leor Gadol - Leis, Costumes e Motivos do Sêder de Pêssach, pág. 58, 2ª Edição, Multcorte Gráfica e Editora, São Paulo, SP, Brasil).

Como todos os da família judia são obrigados a participar do Pêssach (Páscoa), apenas às crianças são dadas o simples "suco de uva":


"É correto dar às crianças suco de uva e não vinho."

(Koschland, Meir. Meafelá Leor Gadol - Leis, Costumes e Motivos do Sêder de Pêssach, pág. 60, 2ª Edição, Multcorte Gráfica e Editora, São Paulo, SP, Brasil). - O negrito é meu.

Resulta assim evidente - entre os judeus - a distinção entre "vinho" e "suco de uva" na refeição Pascoal. O vinho servido por Jesus na páscoa é o mesmo servido na Santa Ceia, não era "suco da uva" mas sim vinho alcoolico.

Por outro lado, muitos confundem "fermentação vinosa" com fermento, para justificar a impossibilidade do vinho usado na Santa Ceia não poder ser fermentado, por estar expressamente proibido o uso de fermento. No entanto esquecem que são coisa distintas que não se confundem.

Assim nos ensina John Davies:

"Dizem que pelo fato de ser proibido o fermento durante os sete dias da festa pascoal, o vinho usado nessa solenidade não devia ser fermentado. O argumento não procede. A fermentação vinosa nunca se chamou fermento."

(D. Davis, John - Dicionário da Bíblia, pág. 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica do Brasil, JUERP).

A fermentação vinosa era natural por não conter fermento, assim o vinho pascoal não recebia nenhum produto para ser misturado, mas era naturalmente o "bom vinho", o superior:

"O vinho tinto é servido tradicionalmente à mesa do Sêder porque o Talmud considera o vinho tinto superior ao branco."

(J. Kolatch Alfred. Livro Judaico dos Porquês, págs. 218 e 219, 3ª Edição: março de 2001, Editora e Livraria Sêfer Ltda, São Paulo, SP, Brasil).

Sêder é uma refeição noturna que dá início a festa da páscoa entre os judeus, é mencionada em Mateus 26.17.

Mateus 26.17

E no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, chegaram os discípulos diante de Jesus, dizendo: Onde queres que preparemos a comida da Páscoa?

Nos tempos dos apóstolos ainda havia esse costume, e alguns cristãos bebiam imoderadamente no Sêder, o que levou Paulo a repreendê-los energicamente:

1 Coríntios 11.21, 22

"Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se. Não tendes porventura casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo."

O texto acima aponta vinho que embriaga presente na Ceia do Senhor. Vejamos como faziam os judeus para "enfraquecê-lo" na Páscoa:

"Todos deveriam ter o cuidado de não o tomarem em excesso. Os meios empregados para neutralizar os efeitos perigosos do vinho, eram: 1. Enfraquecê-lo com água, 2 Mac 15. 39; Heród. 6. 84, como se pode ver no modo de celebrar a Páscoa em que os servos levavam uma vasilha com água quente para misturar no vinho que era usado nessa solenidade (Mishna, Pesachim, 7. 13; 10.2,4,7)."

(D. Davis, John - Dicionário da Bíblia, pág. 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica do Brasil, JUERP).


A Bibliografia citada da literatura judaica (Mishna, Pesachim, 7.13; 10.2,4,7) é uma prova de que se usava vinho embriagante na "Páscoa" (hebr. pessach) desde tempos imemoriais, o qual Jesus se utilizou. A expressão "fruto da vide" era usada tanto por judeus como pelos gregos como referência ao vinho capaz de embriagar:"Fruto da vide, frase falada por Jesus por ocasião de instituir a Santa Ceia, Mt 26.29; é expressão usada pelos judeus, desde tempos imemoriais, para designar o vinho que tomavam em ocasiões solenes, tais como, pela festa da Páscoa e na tarde do sábado (Mishna, Berakoth, 6.1). Os gregos também empregavam a mesma frase, como sinônimo de vinho capaz de embriagar, Heród. 1. 211, 212."

(D. Davis, Jonh. Dicionário da Bíblia, pág. 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica do Brasil, JUERP).

Os líderes da igreja Cristã não deveriam ser pessoas "dadas" (gr. paroinos = escravo da bebida) ao vinho, isto é, "alguém que senta-se por muito tempo com o seu vinho, escravo da bebida" (Rienecker, Fritz; Rogers, Cleon. Chave Linguística do Novo Testamento Grego, pág. 461, 1ª Edição em Português: 1985, Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo, SP, Brasil).

Isto é enfatizado nas devidas passagens de 1Timóteo 3.3,8; em Tito 1.7 é recomendado "um pouco" como algo medicinal.

Concluímos relembrando os vocábulos usados no Antigo e no Novo Testamento e seus respetivos significados, lembrando ao mesmo tempo que era frequente na época misturar o vinho fermentado com agua e com especiarias.

O vinho grego tido na época como o melhor, em face da tradição grega "obrigava" a diluí-lo com água, sendo considerado deselegante quem não o fizesse.

Vejamos mais um importante ensinamento de John Davies:

"O vocábulo hebraico yayin é etimologicamente igual ao grego oinos e ao latino vinus. Hamar é nome aramaico, e hemer é etimologicamente equivalente a ele empregado na poesia hebraica. A palavra hebraica yayin aparece na Escritura pela primeira vez, referindo-se ao suco fermentado da uva, Gn 9.21; não há motivos para crer que tenha outro significado nos lugares em que se encontra. O grego oinos também se refere a suco fermentado, salvo quando é acompanhado do adjetivo novo; mesmo assim, não se pode dizer que haja dois vinhos, um fermentado e outro não. O mosto chama-se vinho novo, e só se torna vinho por meio da fermentação. Dizem que pelo fato de ser proibido o fermento durante os sete dias da festa pascal, o vinho usado nessa solenidade não devia ser fermentado. O argumento não procede. A fermentação vinosa nunca se chamou fermento. Durante a páscoa, os judeus não deviam beber líquidos fermentados, nem mesmo provar o pão com fermento (Mishna, Pesachoth, 2)."

(D. Davis, John - Dicionário da Bíblia, págs. 618, 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica do Brasil, JUERP).

Vale a pena ainda uma referencia ao vinho misturado:

"O vinho com mistura era designado pelas expressões mesek, Sl 75. 8; mimsak, Pv 23. 30; Is 55. 11 (sic), e mezeg, Ct 7. 2, cada uma das quais designava vinho misturado com certas especiarias que lhe davam gosto agradável, Ct 8. 2; Plínio, Hist. Nat. 14. 19, 5, ou com água para enfraquecêlo (sic), Heród. 6. 84."

(D. Davis, John - Dicionário da Bíblia, pág. 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica do Brasil, JUERP).

O termo mesek denota "mistura de tempero (para uma bebida)" em Sl 75.8; mimsak denota "recipiente de misturar" em Isaias 65.11; mezeg, em Ct 7.2 denota "vinho misturado", provavelmente "vinho temperado, quente"; algo que é reprovado em provérbios e outras partes das Escrituras:

"Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando vinho misturado (mimsak)." (Provérbios 23.29, 30).

Ressalto ainda em conclusão, que igualmente não procedem as referencias feitas por alguns, para justificar a possibilidade de confecção de suco de uva há algumas centenas de anos, ao livro escrito por columela, escritor Romano de Cadiz (Espanha) em seu livro "da agricultura", que este já descreve um método de "parar" a fermentação do mosto, imergindo o recipiente que o contém em agua fria. O que se esquecem de referir, é que nessa descrição columela está descrevendo uma "receita" de vinho, acentuando o sabor doce do vinho, através de um método de expor e espalhar as uvas ao sol para acentuar o açúcar e só depois introduzi-lo em recipiente que será imerso nas piscinas romanas, para conservar o vinho por mais tempo atrasando o processo de fermentação. Tal método não tem referencia a qualquer espécie de suco, antes trata-se claramente de receita para um tipo de vinho mais doce, não necessariamente mais fraco, antes pelo contrário, mas notoriamente já vinho, porquanto já iniciado o processo de fermentação com a exposição das uvas ao sol, quiçá aumentado o teor alcoolico do mesmo realçando-se o açúcar com a maturação forçada ao sol, e o grau de álcool presente. Ademais a imersão em piscinas de agua natural não tem o condão de parar a fermentação já iniciada, mas tão só atrasá-la um pouco, permitindo a ingestão do vinho posteriormente, passados alguns meses, sem se estragar.

Ademais, só após Louis Pasteur, se tornou possível fabricar suco de uva, evitando pela pasteurização, a fermentação vínica das uvas, e ainda assim sem eliminar toda a graduação alcoolica, que a lei Brasileira fixa entre 0,5% e 1% de teor alcoolico. Ademais só com Pauster foi explicado o processo de transformação do açúcar em álcool, não se sabendo até ele, que a euforia e sensação inebriante produzida pela ingestão de vinho se referia ao álcool presente neste pela reação química da fermentação das uvas.

Assim qualquer tentativa de retirar o teor alcoolico do vinho antes de Pasteur, produzindo vinho não alcoólico, é mera ficção sem qualquer relação com a verdade cientifica e histórica.

Concluo dizendo para não ser maçador, que a ciência demonstra à evidência os benefícios associados ao vinho, bebido moderadamente.

Espero ter contribuído, para fazer luz, quanto a esta questão que continua dividindo tantos teólogos, e ajudado a compreender que nada a não ser o próprio homem, pode decidir o que mais lhe convém. Deus espera de nós, que possamos em nosso livre arbítrio tomar as decisões que melhor se adequem ao nosso foro intimo e que sejamos capazes de em qualquer situação dizer basta, quando o caminho escolhido nos possa afastar de Jesus.

Assim a decisão é tua, querido irmão, não só em relação ao vinho, mas em relação a tudo na vida. Se o vinho por fraqueza ou outra qualquer situação (alcoolismo) tiver hipótese de te dominar, e te impor uma conduta viciosa, aconselho veementemente a não beber.

Se crerdes que não há nenhuma proibição bíblica, para ingerir vinho moderadamente, e não tiveres nenhum problema de alcoolismo ou outro vicio, toma vinho sem medo meu irmão, que Deus quer que comamos e bebamos o melhor desta terra.

Porém se crerdes que há proibição bíblica para a ingestão de vinho ou outra bebida alcoolica, não tomes, porque estarias pecando.

A comissão deixada por Jesus, entre outras, foi a de fazer tudo com fé para a gloria do Senhor.

"Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus" (1Co 10.31)

Abatiá 04 de janeiro de 2017

Jose Manuel Godinho Fialho

BIBLIOGRAFIA

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Romário N. Cardoso. Apologia - usando argumentos. Suco de uva ou vinho? Internet 15 de Setembro de 2013. Link: https://apologiadidacheccb.blogspot.com.br/2013/09/suco-de-uva-ou-vinho.html

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